Quinta-feira, 25 Agosto de 2005
De seu nome completo, o
homem responde administrativamente como António Pedro da Silva Chora
Barroso.
É, enquanto tal, autor,
criador, buscador do belo e da alma das coisas.
A sua face mais
conhecida é como Pedro Barroso, músico, poeta e autor-compositor. Homem de
silêncios, denúncias e compromissos.
O nome Pedro Chora é o
que escolheu para aparecer, sempre que se trata de exibir em qualquer parte a
sua faceta de artista plástico amador.
Pintura, desenho,
escultura... são hobbies que cultiva como quem levanta a cabeça do papel e dos
teclados e descobre um mundo fascinante que não se descreve, apenas se respira
e nos transcende.
Não pretende hostilizar
ninguém na área em que é o mais humilde aprendiz de feiticeiro.
A sua arte, se alguma
houver, é a de juntar música e palavras há 35 anos.
Mas, a espaços, lá vai
fazendo e guardando desenhos.
Coisas que faz entre os
versos.
Exorcismos sobre o
Mundo. E a Mulher, seu tema de sempre.
Desenhos pré-versos,
parece portanto um nome genérico bem adequado a esta exposição.
Considera que nesta
área a sua maior aprendizagem foi ouvir, ver e conviver com os que sabem.
Teve um convívio íntimo
especial e privilegiado com o Mestre Martins Correia, de quem foi amigo,
discípulo e confidente durante muitos anos. Esse conviver com tal genialidade
marcou-o para toda uma opção estética de vida.
A sua amizade com
Alfredo Luz, Manuela Pinheiro, J. Mouga, António Sem, Ana Paula Jesus, José
Coelho e tantos outros foi sempre, também, um modo de aprender a ver e a
sonhar.
Expõe apenas de longe
em longe, e gosta mais de distribuir trabalhos pelos amigos que de os expor de
uma forma mais institucional. Com efeito, esta é - pelo menos em exposições a
solo e a sério - a exibição mais completa dessa "faceta" e constitui,
decerto, um ponto muito marcante e quase insólito na sua carreira de
comunicador e de artista multifacetado.
Expôs até hoje apenas
por duas vezes em Riachos em Mostras Colectivas por ocasião de duas Festas da
Benção do Gado (1993 e 2000); na Galeria Municipal da Chamusca (93); na Galeria
Fonte Nova em Lisboa (89).
Só agora surgem estes
Desenhos pré-versos na Galeria Municipal de Abrantes (2004). Com pompa e
circunstância.
Digamos que está, não
obstante, representado em várias colecções particulares e que já teve um
programa na RTP dedicado exclusivamente à sua faceta de escultor amador em
1993.
Nada mau para um
simples...músico, cantor e poeta.
Duas palavras sobre
esta exposição.
Avulta aqui a
transgressão. Sem norte, nem estilo, nem escola definida.
Para que nunca esqueçam
os lados mais imersos do poema, da sensualidade e do fantástico.
As coisas que, afinal,
dão gozo à existência e dotam a vida de motivos e intenções.
Brincadeiras de criança
grande.
A seriedade segue
dentro de momentos, promete-se com devida solenidade.
Ou não.
Pedro Barroso
Obs: pedi ao Pedro Barroso para escrever este texto. Muito
obrigado por isso. Eu não saberia fazê-lo.
Pedro Chora
Publicada por Manuel
Araújo à(s) 12:49
Fonte - Manuel
Araújo
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