Pedro Barroso cresceu
em Riachos, terra natal de seu pai, que ali era professor. Regressa a Lisboa já
adolescente, estreia-se fazendo teatro radiofónico com Odette de Saint-Maurice,
na ex-Emissora Nacional e também mesma altura inicia a carreira como cantor e
autor, no programa "Zip-Zip", em dezembro de 1969.
Grava o seu primeiro
disco "Trovador" (1970) e integra durante alguns anos a companhia do
Teatro Experimental de Cascais, sob a direção de Carlos Avilez.
Volta entretanto a
estudar piano com a Profª. Luísa Bruto da Costa e mais tarde canto com o tenor
Carlos Jorge. Dirige atividades e lecciona no Orfeão Académico de Lisboa.
Cursou em 1974 com o professor Schingelinge da Academia Mozart, de Viena de
Áustria, num curso livre organizado pela Fundação Gulbenkian para
instrumentistas de orquestra. Fez exame para aquisição de Carteira Profissional
no Sindicato dos Músicos em 1978, tendo-lhe sido atribuída na ocasião a
categoria de instrumentista e Chefe de grupo.
Conclui a sua
licenciatura em Educação Física no INEF em 1973 e será professor efetivo no
Ensino Secundário durante 23 anos. Mais tarde viria a tirar uma pós-graduação
em Psicoterapia Comportamental (Hospital Júlio de Matos, 1988) tendo trabalhado
na área da saúde mental e musicoterapia durante alguns anos. Foi, neste campo,
pioneiro no ensino de crianças surdas-mudas, numa escola de ensino especial em
Lisboa.
Colabora ativamente
após o 25 de Abril em inúmeras acuações em todo o país e junto das comunidades
emigrantes. Escreve e apresenta programas de Rádio e Televisão, enquanto mantém
com regularidade uma produção discográfica, ao longo de mais de trinta e cinco
anos de carreira. Compôs grandes êxitos que o país aprendeu.
Cantou até hoje em
praticamente todas as grandes salas portuguesas (Coliseu, Aula Magna, Fórum
Lisboa, Rivoli, Pavilhão Atlântico) e bem como em todo o país e ainda na
Alemanha, Bélgica, Brasil, Canadá, Espanha, EUA, França, Holanda, Hungria,
Luxemburgo, China, Suíça e Suécia. Em muitos destes países atuou também em
cadeias de TV e Rádio.
Foi igualmente
convidado a dar palestras sobre a cultura portuguesa nas Universidades Clássica
e Católica de Lisboa, Nyemegen, Estocolmo, Toronto e Budapeste.
Recebeu até hoje alguns
prémios nacionais e estrangeiros, entre outros, o prémio para a melhor canção
("Menina dos olhos d'água", prémio Eles e Elas 1986), melhor disco de
87 (Prémio Diretíssimo), troféu Karolinka (Festival Menschen und Meer, RDA 81),
diploma de mérito da Secretaria de Estado do Ambiente pelos serviços prestados
à causa do Ambiente (Ano Europeu do Ambiente 88), Troféu Lusopress para o
melhor compositor português (Paris 93), troféu Pedrada no charco (Rádio Central
FM Leiria, como compositor/intérprete em 93 e melhor Disco em 2005) e menção de
Mérito Cultural do Município de Newark em 2003.
Foi ainda distinguido
com a chave da cidade de Danbury (USA), Diploma de Mérito da vila de Constância
e é Maestro Honorário da Tuna de Veteranos de Viana do Castelo.
Integrou a Grande Gala
da Música e do Bailado (Teatro S. Luís, Lisboa, 93) junto com a Orquestra
Gulbenkian e o Ballet de Monte Carlo. Foi convidado para atuar no Luxemburgo,
integrado nas atividades do Ano Europeu da Cultura em 1994. No mesmo ano, foi
agraciado pela Casa do Ribatejo com o título de “Ribatejano Ilustre”.
Cultiva um estilo
pessoal onde a poesia, a independência, a frontalidade e a ironia têm o seu
lugar. Os seus concertos são como que “encontros de amigos”, onde se estabelece
uma profunda cumplicidade. Normalmente escreve, arranja, orquestra e dirige os
seus próprios trabalhos. Para tal, dirigiu em gravações, até hoje, entre
outros, os corais Phydelius, Cramol e o Coro de Santo Amaro de Oeiras.
Com a atribuição a José
Saramago do Prémio Nobel da Literatura torna-se num dos muito poucos autores
que com ele partilha obra publicada (após trabalho conjunto, o tema
"Afrodite", in "Os poemas possíveis", foi musicado e integra
o LP "Água mole em pedra dura").
Vindo de uma área de
intervenção crítica de expressão popular, é visível há muito tempo a
progressiva opção temática de carácter mais abrangente, onde avulta a reflexão
sobre os seus grandes temas de sempre – o Amor, a Solidariedade, a Mulher, a
História, a Natureza, a Vida, a Portugalidade, assumindo-se como um autor sério
e rigoroso, cada vez mais respeitado enquanto cantor, poeta e
compositor. Tem colaborado em inúmeros jornais, revistas e blogs, e alguns
manuais escolares integram textos de sua autoria. Prefaciou inúmeros livros.
É também um dos
pioneiros na Internet com site pessoal de carreira.
É solicitado
frequentemente, enquanto homem de opinião, para sessões culturais, colóquios,
encontros, tertúlias e palestras por todo o país.
Já no ano de 2000 é
convidado para inaugurar o Café Literaire Fernando Pessoa em Génese; em 2001
para o Leitorado de Português em Toronto; em 2002 para Danbury, USA, onde
recebe a chave de honra da cidade; em 2003 para a Gala da atribuição dos
prémios literários Pró Verbo em Newark, USA; em 2004 para a Gala de aniversário
da Casa de Portugal em S. Paulo, Brasil.
Membro ativo da
comunidade artística e musical integrou a direção do Sindicato dos Músicos e
foi autor em 2002 do polémico Manifesto sobre o estado da música portuguesa que
promoveu uma reflexão profunda do país sobre os seus Autores, com audições
junto de todos os Grupos Parlamentares e audiência do Ex.mo Presidente da
República.
Após trinta e quatro
anos de autor nela inscrito, torna-se, desde Setembro de 2003, membro eleito
dos Corpos Gerentes da Sociedade Portuguesa de Autores, na direção presidida
por Manuel Freire.
A par com uma fecunda
discografia como autor e compositor (cerca de 30 discos editados, entre Ep’s,
singles, LP’s, CD’s, Antologias várias e discos colectivos), tem publicado
também poesia ("Cantos falados" Ed. Ulmeiro, 1996; "das Mulheres
e do Mundo" Ed. Mirante, 2003) e ficção, pois lançou em 2005 o seu livro
“A história maravilhosa do País bimbo”, uma reflexão amarga e irónica sobre a
sociedade portuguesa. Nesta conformidade tem integrado vários Júris literários
onde avultam o Prémio Manuel Teixeira Gomes e o Concurso Calidum de Poesia
Galaico-Portuguesa.
Como artista plástico
amador, usa o heterónimo Pedro Chora e, como tal, tem exposto desenho e
escultura em várias Galerias, tanto em exposições a solo como em colectivas,
integrando várias coleções particulares e Museus Municipais.
Celebrou no ano de 2004
o seu 35º aniversario de autor, poeta e compositor lançando o CD
"Navegador do Futuro"(Ed. Ocarina) e com atuações e concertos em
Abrantes, Angra do Heroísmo, Barreiro, Benavente, Caldas da Rainha, Guarda,
Leiria, Setúbal, Porto, Ponte de Lima, Riachos, Valença e Vila do Conde. O
Museu do Trabalho de Riachos inaugurou, nessa ocasião, um sector onde passou a
estar exposta a sua primeira viola e alguma documentação alusiva à sua vida e
carreira.
Continua trabalhando em
concertos pelo país atuando entre outros locais, no Rivoli do Porto, Pavilhão
Atlântico, Teatro Lethes e Fórum Lisboa em 2006 e no Teatro Armando Cortês, em
Lisboa, Centro de Artes de Sines e tantos outros espaços em 2007.
Considerado como um dos
últimos trovadores de uma geração de coragem que ajudou pela canção a
conquistar as liberdades democráticas para Portugal, foi convidado da
Associação 25 de Abril para integrar a noite de homenagem às “Vozes de Abril”
no Coliseu de Lisboa, em Abril de 2008.
Esgota a sala Paul
Valéry em Paris em Novembro de 2008 e desse concerto disse a crítica no dia
seguinte “uma noite elevada de Arte, de Cultura e de Paixão”. CD Sensual Idade
saído em Outubro de 2008 é considerado pela crítica da RTP, no programa
especial de fim de ano sobre Cultura, como um dos 5 melhores CD’s portugueses
do ano 2008.
Celebrou em 2009 40
anos de carreira, em espetáculos a que deu o título” “40 anos de Música e
Palavras” e que fizeram uma ampla cobertura do País - de Arcos de Valdevez a
Ponta Delgada, encerrando no Teatro S. Luiz, em Lisboa.
Desde 2010 faz parte da
muito exclusiva seleção – cerca de 300 personalidades – retratada no livro de
“Retratos da República”.
Edita o CD Cantos da
paixão e da memória (ed. Ovação) em 2012.
Continua a
constituir-se como uma referência de sentido crítico e sensibilidade, um pouco
a contracorrente, nos seus concertos, repletos de ironia, comunicação e
sensibilidade.
Fonte -
algarvemais
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