Gravação
- Estúdios Quinta da Voz, no Casal da Raposa, entre Junho e Dezembro de
2013,com o técnico e co-produtor Uriel Pereira e os
músicos Susana Castro Santos - Cello, Manuel Rocha-
violino, David Coelho- piano, Luis Petisca- guitarra
portuguesa, Abel Moura- acordeão e Miguel Carreira-
viola e acordeão.
As
trompas foram tocadas pelo Ensemble Ribatejo
Pedro
Barroso - letras, musicas, viola, piano, metalofone e adufe além de
produções várias e direcção musical.
PEDRO BARROSO | Palavras ao Vento
Que dizer-vos? Que este
é um disco de um velho combatente.
Lutou pela Democracia e
pela Liberdade; sempre contra a Ditadura, em tempos de negrume, analfabetismo,
perfídia e acidez.
Cantou nos cantos
livres e, ainda bem jovem, no velho Zip Zip encontrou fresta por onde abriu a
porta das canções, dando conta do seu inconformismo contra a guerra colonial.
Arriscou opinião, e,
andando em bando com o Zeca, o Adriano e tantos outros, pertenceu a uma geração
de coragem que nos fez descobrir Abril como mês da liberdade, do sonho e da
utopia.
É o cantor de um país,
todo, percorrido para cá e para lá da sua fronteira. Primeiro, no sobressalto
da emoção e descoberta; e depois em toda uma vida de labor e busca da estrada
verdadeira.
Foi correndo o mundo.
Tornou-se um autor consagrado, respeitado e isento.
A vida e a idade
calejaram os actos, a experiencia, as obras e o temperamento. Em dezenas de
trabalhos em disco e poesia, derivou a sua busca para a ternura interior, o
culto da sensibilidade, a elegância, a importância dos momentos únicos no
significado das vidas, a história de um velho Portugal adormecido.
Hoje quarenta e cinco
anos depois - e tantos companheiros desaparecidos - não admira que, nele, uma
velha e indelével chama ainda resista, fabricando em seu peito novas e
indesejadas causas.
O desemprego e a fome;
a iliteracia e o nepotismo; o abismo entre pobres e ricos; os abusos do poder e
da banca; os insultos vindos do exterior classificando como lixo um país com
mil anos de honradez e varonia.
Tudo aborda Pedro
Barroso, mais forte e contundente que nunca, regressando à fome de justiça e
encanto que sempre o determinaram a nunca desistir.
É um autor pletórico de
força e inteligência o que aqui encontramos, num acto maior de maturidade e
assomo politico.
Inquieto e
inconformado, este eterno enfant terrible, misto de contador de histórias e de
trovador sem idade, regressa com estas “Palavras ao vento”. Interveniente como
não o víamos há muito tempo, mas nunca perdendo a sensibilidade humana de
sempre, a dignidade, o poder de observação.
De facto, ao ouvirmos
este disco, sentimos que esses quarenta e tal anos não passaram. O tempo apenas
lhe dá mais autoridade e ensinamento.
Resta-nos ouvir o homem
que nunca se vendeu, nem venderá, nesta feira de sabores ao gosto, quantas
vezes, da efemeridade, das audiências, da cupidez e do mau gosto.
A Editora Ovação tem
pois, uma vez mais, a honra de apresentar um produto que, mais que um disco, é
um marco na opinião; uma pedrada no presente e no futuro; um acto de Liberdade
maior. Esperado pelos seus indefectiveis. Esperado por todos nós.
Pedro Barroso atira-nos
estas palavras ao vento.
Gravação - Estúdios
Quinta da Voz, no Casal da Raposa, entre Junho e Dezembro de 2013, com o
técnico e co-produtor Uriel Peeira e os músicos Susana Castro
Santos - Cello, Manuel Rocha - violino, David
Coelho - pianista, Luis Petisca - guitarra
portuguesa, Abel Moura - acordeão e Miguel Carreira -
viola e acotrdeão.
As trompas foram
tocadas pelo Ensemble Ribatejo.
Pedro Barroso -
letras, músicas, viola, piano, metalofone e adufe além de produções várias e
direcção musical.
Sem comentários:
Enviar um comentário