Em
Dezembro de 1985, Pedro Barroso fora protagonista de um memorável concerto no Rivoli do Porto, onde teve como convidado
especial o seu amigo Manuel Freire.
Depois,
aconteceu um grande vazio na cidade capital do Norte.
Recentemente,
após muitos anos de expectativa, Pedro Barroso voltou à carismática grande sala
nortenha de concertos. Foi no serão de 2 de Outubro de 2012.
O espectáculo foi
anunciado como uma “memória do futuro“, com a intenção de
relembrar
canções de uma vida e também da vida de companheiros de jornada, alguns já
desaparecidos, geração de coragem que ajudou a tecer, pela canção, os
bastidores da Liberdade e da Democracia em Portugal. Assim foi prometido para
essa noite de emoções à solta…
Esperava-se
pois um encontro, anunciado, com aquele (e cito as expectativas divulgadas a
propósito) a quem chamam, pelo estilo, pela poesia, pela diferença, o último
trovador português.
Pedro
Barroso, ele próprio, contribuiu para a antecipada criação desse clima. Na sua
página de facebook escrevera:
“Seremos
quase mil cantando pela Liberdade, em nome da memória e do futuro.
Dia 2 quero fazer do palco uma pátria diferente. Que pelo mundo do sonho se distinga, voe e saiba diferir do cinzento dos dias tristes. Quero que comigo sejam conjurados de um outro sentir, outro saber; o sitio onde o Douro encontra o Tejo e juntos arrasam todos os medíocres que nos controlam o prazer e a alegria. Como detesto esta gente pintada de séria e corrupta até à raiz dos cabelos. Como me bastei de misérias impostas e roubos declarados. Estarei como um povo inteiro, na rua; só que isso será na rua livre de um palco, entre canções.
Mas o meu discurso, embora poético, apela a tudo o que de positivo é possível fazer e rejeita a submissão dos dias ao jugo germânico da esmola como moeda de exigência. Temos mil anos de história. Que raio! Não podemos temer o futuro. Só há que saber dizer isto bem alto, sem medo de amanhã. Porque o futuro só meterá medo precisamente se não o dissermos. Quero que todos no fim do Concerto sintam e digam: valeu a pena.
E que sintam que é possível mudar as coisas porque viver tem de ser mais que isto a que nos estão a obrigar. E a memória que vos trago traz um futuro iminente de acontecer. Que todos saiamos do Rivoli de portas abertas e vontade expressa.
Conto convosco. É tempo de agir.
Em relação ao 2 de Outubro no Porto, acho sinceramente que a publicidade entre amigos é a que mais desejo e a que mais resulta. Quero ter a casa cheia de amigos cúmplices e solidários, bem precisamos todos dessa alma colectiva!“
Dia 2 quero fazer do palco uma pátria diferente. Que pelo mundo do sonho se distinga, voe e saiba diferir do cinzento dos dias tristes. Quero que comigo sejam conjurados de um outro sentir, outro saber; o sitio onde o Douro encontra o Tejo e juntos arrasam todos os medíocres que nos controlam o prazer e a alegria. Como detesto esta gente pintada de séria e corrupta até à raiz dos cabelos. Como me bastei de misérias impostas e roubos declarados. Estarei como um povo inteiro, na rua; só que isso será na rua livre de um palco, entre canções.
Mas o meu discurso, embora poético, apela a tudo o que de positivo é possível fazer e rejeita a submissão dos dias ao jugo germânico da esmola como moeda de exigência. Temos mil anos de história. Que raio! Não podemos temer o futuro. Só há que saber dizer isto bem alto, sem medo de amanhã. Porque o futuro só meterá medo precisamente se não o dissermos. Quero que todos no fim do Concerto sintam e digam: valeu a pena.
E que sintam que é possível mudar as coisas porque viver tem de ser mais que isto a que nos estão a obrigar. E a memória que vos trago traz um futuro iminente de acontecer. Que todos saiamos do Rivoli de portas abertas e vontade expressa.
Conto convosco. É tempo de agir.
Em relação ao 2 de Outubro no Porto, acho sinceramente que a publicidade entre amigos é a que mais desejo e a que mais resulta. Quero ter a casa cheia de amigos cúmplices e solidários, bem precisamos todos dessa alma colectiva!“
Escolhi
deliberadamente um Domingo para inserir este texto, o antepenúltimo da série
dedicada a Pedro Barroso. É que vos proponho a audição integral do Concerto
(deixem-me escrever com maiúscula!) do Rivoli.
São duas horas de encanto e provocação e é preciso tempo para isso. Nos
Domingos costuma haver tal disponibilidade…
Vale
a pena ver e ouvir o que aconteceu. A bela reportagem de Porto Canal mostra, por dentro, pormenores desse
serão. Duas horas. Liguem o som, ampliem a imagem, deixem apenas uma luz de
presença e tornem-se cúmplices do encantamento feito canção, em qualidade do
mais alto nível.
Artística
e humana.
Fonte - Largo
dos Correios
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